1,6 milhão de brasileiros forma-se em licenciatura, em modalidade EAD. De professores, 40-50% em presencial, notas 4-5. Conceito Preliminar de Curso (CPC) para formadores. Real critérios de transição para ensino superior. TCU previne queda de desempenho em Enade em modalidade remotas. Milhões de estudantes cursam superior, desconhecimento sobre EAD papel no Brasil.
A Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED) expressou apreensão em relação à possibilidade do Ministério da Educação (MEC) validar a determinação do Conselho Nacional de Educação (CNE) que deseja tornar mandatório que cursos de graduação e Pedagogia incluam no mínimo 50% das suas horas de aula em formato presencial. Essa exigência de aulas presenciais em EAD pode impactar significativamente a dinâmica de ensino e aprendizagem nesses cursos.
Em um cenário onde a modalidade de ensino a distância (EAD) tem se consolidado como uma alternativa viável no ensino superior, a imposição de uma porcentagem mínima de aulas presenciais pode gerar debates sobre a eficácia do modelo híbrido. É importante considerar como a integração entre aulas presenciais e a distância contribui para a formação dos estudantes, equilibrando as vantagens dos dois formatos educacionais. Essa discussão sobre a combinação de aulas presenciais e EAD é fundamental para a evolução do ensino superior no Brasil.
Impactos da Exigência de Aulas Presenciais em EAD
De acordo com a instituição, milhões de brasileiros correm o risco de serem excluídos do ensino superior a partir desta medida. Atualmente, segundo a ABED, cerca de 3,5 milhões de pessoas cursam o ensino superior de forma remota. Destes, 1,6 milhão estão matriculados em cursos de licenciatura e podem ser afetados caso a mudança ocorra. A CNN noticiou que o MEC pretende homologar a decisão do CNE e estabelecer um período de transição. Para o MEC, é preciso colocar um freio de arrumação na educação à distância. Fontes da pasta afirmam que esse tipo de curso de formação se espalhou pelo país — especialmente depois da pandemia de Covid-19 –, sem levar em conta critérios reais de qualidades de ensino.
Mudanças na Formação de Professores
No início do mês, o Ministério da Educação divulgou uma pesquisa que mostra que apenas 450 cursos de ensino superior na modalidade EAD conseguiram notas 4 ou 5 no chamado Conceito Preliminar de Curso (CPC), ou seja, cerca de 26,6% dos cursos avaliados. O presidente da ABED, João Mattar, argumenta que ‘quem está bancando isso em nome da qualidade, daqui a alguns uns anos será conhecido como um grupo que contribuiu para levar a formação de professores do Brasil a um número inviável’. Para ele, a atuação preventiva do Tribunal de Contas da União (TCU) para avaliar a qualidade da educação a distância mostrou que o formato tem apresentado problemas similares à modalidade presencial.
De acordo com um estudo divulgado pelo ‘Todos pela Educação’ no final do ano passado, seis em cada dez formandos de cursos de licenciatura estudaram à distância. A formação de professores por EaD mais do que dobrou em uma década, entre 2012 e 2022, no Brasil. A proporção é superior à média de outras profissões, com 31% dos concluintes tendo completado o ensino superior remotamente.
Desempenho dos Estudantes na Modalidade EAD
Ainda de acordo com a pesquisa, nove dos cursos formadores de professores tiveram queda de desempenho no Enade em 2021 na modalidade EaD. Além disso, a avaliação dos estudantes desta modalidade se distanciou da obtida por alunos de cursos presenciais. Um levantamento realizado pelo presidente da consultoria Hoper Educação, Adriano Coelho, com base nos dados do Enade 2021, mostra que houve um aumento de 8% de cursos de licenciaturas oferecidos no país, totalizando 4.750. Deste total, 271 cursos atingiram a nota máxima do exame, que mede o desempenho de estudantes do ensino superior no Brasil, o que representa 5,715 do total.
Fonte: © CNN Brasil
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